Hoje, a caminho de Lisboa, deparei-me com algo que, desde logo, considerei estar relacionado com uma das temáticas deste espaço amistoso. Assim sendo, vou compartilhá-lo convosco, meus mais prezados sotôres. Passo a transcrever uma curta reflexão acerca da Bondade, escrita em 1912 por esse enorme poeta e pensador que É Fernando Pessoa: Anaxágoras tinha dito que a verdadeira Causa primeira não era física, mas intelectual. Sócrates vai além (vd. o Fédon de Platão) e sustenta que se uma tal Causa pode preferir uma coisa a outra, por alguma razão é, e esta razão não pode ser senão boa, pois o intelecto supremo pensaria mal se escolhesse por qualquer outra razão.
Para ser a perfeita inteligência, o yovs, deve escolher o bem. Mas escolhendo o bem, ele próprio não pode ser senão bom.
(Uma tal causa deve agir para um fim certo - ou então não seria a inteligência perfeita, nem nenhuma Causa - e, agindo para um fim certo, deve agir para o melhor fim possível, ou não seria a Inteligência Perfeita ou a Causa Perfeita.) Mas agindo por sua razão para o bem, a Causa Primeira identifica-se com o bem. Deste modo a Inteligência Perfeita supõe a bondade total. O que vos suscita?
Saúdos pessoanos.
3 comentários:
Sotôr, não tenho palavras para redigir o meu apreço por tais palavras de tal Poeta!
É verdade sotôres, a verdade, é verdadeira quando se diz com verdade. Este homem é um Senhor. Gostava de dizer mais qualquer coisa mas acho que vou dormir sobre o assunto pois é muito a frente essas palavras ali transcritas.
Com inteligência do irracional a bondade verdadeira está dentro de cada um e não na sociedade em que vivemos.
A única coisa que nem Pessoa nem os gregos responde é o que é o bem e o mal. O que é o bem de uns é o mal de outros. Ou será que o bem e o mal nem existem como tal e apenas existe circunstâncias? O mal de hoje pode bem ser o bem de amanha.....
O melhor é não pensar muito e agir como em Zen.
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