terça-feira, 29 de novembro de 2005

A Viagem Continua


A viagem continua
sobre a terra e sobre o mar
até chegar à minha rua
vou aprendendo a remar

Longa foi a jornada
o tempo assim a simula
vou dormir não tarda nada
como se a quisesse nula

________________________adeus

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Criaturas do Cosmos

Deixem-me contar-vos uma história sobre o começo.
Há cerca de 15 mil milhões de anos atrás, o nosso Universo iniciou-se, com a mais poderosa explosão de todos os tempos.
O Universo expandiu-se, arrefeceu e escureceu. A energia condensou-se em matéria, principalmente em átomos de hidrogénio. E esses átomos acumularam-se em vastas nuvens, afastando-se com ímpeto uns dos outros, e que um dia se iriam tornar nas galáxias. Dentro dessas galáxias as primeiras gerações de estrelas tinham nascido, acendendo a energia escondida na matéria, e enchendo o Cosmos de luz.

Os átomos de hidrogénio produziram os sóis e a luz estelar. Nesses tempos ainda não existiam planetas para receber essa luz, nem criaturas vivas que admirassem o brilho dos céus. Nas profundezas das fornalhas estelares, a alquimia da fusão nuclear criou os elementos pesados: o carbono e o oxigénio, o silício e o ferro. Estes elementos, cinzas do hidrogénio queimado, formam a matéria-prima da qual os planetas e a vida viriam mais tarde a surgir.

No início, os elementos pesados estavam presos nos corações das estrelas. Mas as estrelas maciças depressa esgotaram as suas reservas de combustível, e na sua agonia mortal, devolveram grande parte da sua substância de volta ao espaço. O gás interestelar tornou-se mais rico em elementos pesados.
Na galáxia Via Láctea, a matéria do cosmos era reciclada em novas gerações de estrelas, agora ricas em átomos pesados. O legado dos seus antepassados estelares.
E no frio do espaço interestelar, grandes nuvens turbulentas eram reunidas pela gravidade, e agitadas pela luz estelar. Nas suas profundezas, os átomos pesados condensaram-se em grãos de poeira de rocha e gelo, e em complexas moléculas baseadas no carbono.

De acordo com as leis da física e da química, os átomos de hidrogénio produziram a matéria da vida.
Em outras nuvens, agregados mais maciços de gás e poeira, formaram gerações de estrelas posteriores.
À medida que as novas estrelas se formavam, diminutas condensações de matéria aumentavam nas suas proximidades, partículas apagadas de rocha e metal, de gelo e gás, que iriam tornar-se nos planetas. E nesses mundos, assim como nas nuvens interestelares, as moléculas orgânicas formaram-se, feitas de átomos que tinham sido cozinhados dentro das estrelas.

Nas lagoas e nos oceanos de muitos mundos, as moléculas eram destruídas pela luz solar e reunidas pela química. Um dia, por entre estas experiências naturais, uma molécula surgiu, e inteiramente por acaso, era capaz de fabricar cópias imperfeitas dela própria.
Com o decorrer do tempo, a auto-duplicação tornou-se mais perfeita. Essas moléculas que se copiavam melhor, produziam mais cópias. A selecção natural estava a caminho.
Desenvolveram-se elaboradas máquinas moleculares. Lentamente, imperceptivelmente, a vida tinha começado. Grupos de moléculas orgânicas evoluíram em organismos unicelulares. Estes produziram colónias multicelulares. As suas várias partes tornaram-se em órgãos especializados. Algumas colónias fixaram-se por elas próprias ao solo oceânico, enquanto outras nadavam livremente. Desenvolveram-se os olhos, e agora o Cosmos podia ver.

Seres vivos deslocaram-se para colonizar a terra.
Os répteis dominaram durante um tempo, mas deram o lugar a pequenas criaturas de sangue quente com grandes cérebros, que desenvolveram destreza e curiosidade por o que os rodeava. Aprenderam a utilizar instrumentos, o fogo e a linguagem. As cinzas da alquimia estelar, tinham-se materializado nas suas consciências.
Somos uma maneira de o Cosmos se conhecer a si próprio. Somos criaturas do Cosmos, e sempre estivemos desejosos de conhecer as nossas origens, para compreender a nossa ligação com o universo.



Carl Sagan's Cosmos [13] Who Speaks For Earth

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Indizivelmente reticente

...
(continua)

continuação
Dá que pensar, sendo nós humanos o único animal capaz de ter o livre arbítrio? Dizemos que o resto dos animais são animais irracionais porque seguem os seus instintos. Então nós sendo de carne e osso como os outros também somos animais e visto que também seguimos os nossos instintos também nos podemos considerar irracionais. Quando nos chega a razão ou o livre arbítrio de cada um temos a liberdade de escolha consoante a vontade e o instinto ou intuição perante uma determinada situação como uns perfeitos seres irracionais complexos que somos.

Pensamos que fazemos porque decidimos e traçamos o caminho com os nossos actos dirigidos por pensamentos abalroados por coincidências sincrónicas que ainda não conseguimos entender. Aqui provamos a nossa própria essência primária, criando um mundo que possamos controlar, um mundo feito de posses e poder sobre uns e outros para ver quem é, e que tem mais. Um mundo onde o tempo é dinheiro.

quinta-feira, 10 de novembro de 2005